Agência estatal afirma que China tem direito de exigir garantias. Texto de Xinhua sugere ainda nova moeda global.
A imprensa estatal da China criticou os Estados Unidos neste sábado (6), depois que agência de classificação de riscos Standard & Poor's (S&P) rebaixou a nota da dívida americana de "AAA" para "AA+", pela primeira vez na história.
Em um texto opinativo, a agência de notícias Xinhua afirmou que a China "tem todo o direito de exigir que os Estados Unidos lidem com o seu problema estrutural de dívida e garantam a segurança dos ativos da China". O país é o maior detentor mundial de papéis da dívida americana.
O texto da Xinhua também afirma que passou a época em que os Estados Unidos conseguiam tomar empréstimos para se livrar de problemas causados pelos próprios americanos, e sugeriu que uma nova moeda internacional pode surgir para substituir o dólar.
"Supervisão internacional sobre a questão dos dólares americanos deveria ser introduzida e uma nova moeda de reserva global, estável e segura, também pode ser uma opção para evitar uma catástrofe provocada por qualquer país individualmente."
A reação em outros países foi de cautela. Autoridades no Japão, Coreia do Sul e Austrália pediram
calma aos investidores. Avaliação errada
Nos Estados Unidos, um porta-voz do Departamento do Tesouro assegurou que "um julgamento errado por um erro de US$ 2 trilhões fala por si só". No entanto, ele não explicou qual teria sido o erro da S&P.
Nos Estados Unidos, um porta-voz do Departamento do Tesouro assegurou que "um julgamento errado por um erro de US$ 2 trilhões fala por si só". No entanto, ele não explicou qual teria sido o erro da S&P.
O diretor do comitê de classificações de risco de dívidas soberanas da S&P, John Chambers, disse que o governo americano poderia ter evitado o rebaixamento da dívida caso tivesse agido antes.
"A primeira coisa que poderia ter se feito é aumentar o teto da dívida de forma imediata, para que todo esse debate fosse evitado desde o começo", disse ele à rede de televisão CNN.
A S&P afirmou que ainda pode rebaixar a avaliação da dívida americana em mais um ponto, para AA, nos próximos dois anos, caso as medidas de redução dos gastos públicos se provem insuficientes.
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