quarta-feira, 3 de agosto de 2011

EUA continua decepcionando e bolsas caem com força

  Novos dados elevam aversão a risco no mundo. Ibovespa cai 3%, em linha com Europa. Ouro sobe
Operadores negociam na Bolsa de Nova York. Investidores nervosos sobre rumo do país
  Os mercados de ações têm uma quarta-feira ruim. As bolsas no mundo caem com força, no segundo pregão de reação após a aprovação da elevação do teto da dívida dos Estados Unidos. Ontem, analistas já levantavam os receios de que o ajuste fiscal incluído no pacote vai fazer o país crescer menos, o que deve afetar a economia mundial. Hoje, novos números decepcionantes da economia dos Estados Unidos ajudam a corroborar essa visão e elevam a aversão a risco.
  No Brasil, o Ibovespa caía 3% às 13h20, cotado em 55.587 pontos. Na Europa, as baixas também
são fortes: Londres perde 2,34%, Paris cai 1,93% e Alemanha tem recuo de 2,30%. Nos Estados Unidos, Dow Jones cai 0,89% e Nasdaq tem baixa de 0,39%.
  Os economistas alertam que acabam de ser divulgados os dados de emprego e atividade industrial nos EUA e as figuras não são animadoras. Os dados da criação de vagas do setor privado vieram em linha com o projetado e segundo a ADP (empresa que processa folhas de pagamento e holerites) foram criadas 114 mil vagas. “Serão ainda necessários meses de criação de vagas para recuperar os postos destruídos durante a crise. Apesar das ações tomadas por Washington, os EUA não conseguiram reverter de forma convincente seu mercado de trabalho”, diz em relatório André Perfeito, economista-chefe da Gradual.
  Dados da Indústria também decepcionam. Os pedidos à indústria caíram 0,8% em junho e os dados de maio foram revistos para baixo. “Este indicador evidencia mais claramente a falta de fôlego que aquela economia enfrenta; após se recuperar de forma vigorosa depois do pior da crise, falta força para atingir os antigos patamares”, continua o economista.
  Na avaliação do economista Manuel Enriquez Garcia, presidente da Ordem dos Economistas do Brasil e professor da FEA-USP, mesmo com a aprovação do aumento de limite de endividamento dos Estados Unidos nesta terça-feira, a credibilidade do país foi seriamente arranhada na visão dos investidores internacionais. “ Não há mais condições de se aceitar os investimentos em títulos americanos como uma opção sem risco”, disse. “Esse clima de incerteza com os fundamentos econômicos dos EUA tem levado os investidores para outros ativos como o ouro e o franco suíço”, acrescentou.
  O ouro subia 1,53% às 12h40 no mercado internacional.
No Brasil, apenas três ações subiam às 13h20 no Ibovespa: CPFL (1,09%), Cielo (0,34%) e Klabin (0,20%). A maior baixa era de Gol, que perdia 7,9%, ainda afetada por previsões de resultados menores. 

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