Foto: Charles Dharapak/AP |
Os microfones acidentalmente abertos em uma conversa entre os presidentes dos Estados Unidos e da França revelaram como Barack Obama e Nicolas Sarkozy tratam a questão palestina nos bastidores da diplomacia. Seis jornalistas que aguardavam a entrevista dos dois durante a cúpula do G-20, em Cannes, no dia 3 de novembro, ouviram o diálogo confidencial pelo canal em que deveria ocorrer a tradução simultânea. Os repórteres decidiram não divulgar o material porque não o tinham gravado. Porém, na segunda-feira (7), ele foi revelado pelo site francês especializado em cobrir os bastidores da imprensa Arrête Sur Images.
Segundo apuramos, os dois presidentes deixaram de lado qualquer restrição sobre o delicado tema das relações Israel-Palestina. Obama começou criticando Sarkozy por não tê-lo avisado que iria votar a
favor da adesão da Palestina à Unesco, enquanto os Estados Unidos se posicionaram firmemente contra. A conversa em seguida tratou de Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro israelense. Certos de que não eram ouvidos, os dois presidentes se soltaram. “Eu não posso nem vê-lo, é um mentiroso”, disse Sarkozy. “Você está cansado dele, mas eu… eu tenho que tratar com ele todos os dias!”, retrucou Obama, que pediu para Sarkozy tentar convencer os palestinos pegarem leve com o pedido de adesão à ONU. Além da lição já mais que batida para os políticos – não digam nada comprometedor quando houver microfones por perto (o Guardian fez uma lista das melhores gafes de políticos com microfones) –, fica a dica para os colegas jornalistas: esses acordos “ninguém vai dar isso” nunca dão certo (dica também batida).
Liuca Yonaha - Época
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