quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

PERGUNTAS E RESPOSTAS 6

TODAS AS PERGUNTAS DEVEM SER ENVIADAS AO ENDEREÇO : apalexandrenasc@hotmail.com 

( Perguntas enviadas pelo irmão Nivaldo )
Olá Pastor,  gostaria que o Sr. explicasse as seguintes passagens:
  • ...melhor casar do que abrasar-se...  ...
  • Dai a Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus...
  • Perturbai-vos, mas não pequeis
Aguardo ,Obrigado!!
RESPOSTAS :

Mas, se não podem conter-se, casem-se. Porque é melhor casar do que abrasar-se. (1Co 7:9)

   Neste capítulo, especificamente, Paulo aborda questões relacionais entre homem e mulher, acentuando a questão do casamento, do sexo, etc.
   O sexo fora do casamento, chamado de fornicação, é pecado : Assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregue à fornicação como aqueles, e ido após outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno. (Jd 1:7).  Porém, dentro do casamento, deve ser praticado com prazer e alegria, unindo, cada vez mais, os cônjuges. Paulo chegou a dizer que a vida sexual, no casamento, só deve ser deixada de lado, caso um dos cônjuges propor-se a dedicação do jejum e a oração, e isto com consentimento mútuo, devendo voltar o mais rápido possível um ao outro para não serem tentados , nessa área, pelo diabo : Não vos priveis um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos aplicardes ao jejum e à oração; e depois ajuntai-vos outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência. (1Co 7:5).

  No texto que estamos analisando, Paulo, fala sobre o relacionamento de duas pessoas solteiras. É obvio que, quando duas pessoas que namoram ou estão noivas, correm um grande risco de caírem na tentação sexual. O sexo está intrínseco a natureza humana, e caso seja despertado, dificilmente poderá ser controlado. Por isso, Paulo afirma: Caso um casal de noivos não consiga mais se segurar por causa do clima "caloroso (abrasador)" que os envolve quando estão juntos, devem casar-se o quanto antes. Pois, se há amor entre ambos, porque privar-se um ao outro de desfrutarem das delícias do matrimônio, uma vez que não fomos criados para vivermos sós (Gn 2:18)? Por isso, Paulo, disse, é melhor casar-se do que abrasar-se!

   Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e aos adúlteros, Deus os julgará. (Hb 13:4)

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   Perturbai-vos e não pequeis; falai com o vosso coração sobre a vossa cama, e calai-vos. (Selá.) (Sl 4:4)

   O salmista recebe da parte de Deus uma revelação profunda sobre a nossa inquietação.
   Não é pecado ficar inquieto (perturbado), uma vez que nesta vida, sofreremos muitas adversidades, porém a pessoa inquieta tende a abrir a boca e falar o que não deve.  Por isso devemos vigiar nossas palavras  a todo o instante. Tiago disse: Portanto, meus amados irmãos, todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. (Tg 1:19). Em outras palavras, ele disse : Temos duas orelhas e uma boca, por isso devemos ouvir mais e falar menos. Quantas vezes falamos precipitadamente algo e depois vemos a besteira que fizemos? Bem disse Salomão: A língua benigna é árvore de vida, mas a perversidade nela deprime o espírito. (Pv 15:4).  Na nossa língua reside o poder da vida e da morte : A morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá do seu fruto. (Pv 18:21) Tiago reforça : Assim também a língua é um pequeno membro, e gloria-se de grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia. (Tg 3:5).

   
Creio plenamente que o salmista, no verso que estamos analisando quis dizer:  Se há alguma perturbação em vosso coração não saiam por ai reclamando ou murmurando, antes, reflitam  em silêncio  no vosso quarto, para não pecarem, pois as adversidades nos são dadas não para reclamarmos, mas para crescermos por meio delas.

   E não murmureis, como também alguns deles murmuraram, e pereceram pelo destruidor. (1Co 10:10)
Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas; (Fp 2:14)
   Deixando, pois, toda a malícia, e todo o engano, e fingimentos, e invejas, e todas as murmurações, (1Pe 2:1)
   Sendo hospitaleiros uns para com os outros, sem murmurações, (1Pe 4:9)

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   Disse-lhes então: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. (Lc 20:25)

   Jesus, como em outras  situações, foi colocado a prova. Porém, não havia como envergonha-lo em questões morais, uma vez que Ele era perfeito em santidade e sabedoria. Neste texto vemos claramente uma única doutrina colocada em níveis diferentes. A doutrina do reconhecimento governamental humano e divino.
   O apóstolo Paulo aprendeu com o próprio Senhor sobre esta questão (Rm  13:1,2, Tt 3:1),  Pedro também (2 Pd 2:10; 1 Pd 2:17), Judas idem( Jd 8).

    Na concepção de Jesus,  o governo Romano, nada mais era do que uma permissão da parte de Deus sobre os povos daquela época: “Toda a alma esteja sujeita às potestades superiores; porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à potestade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação. (Rm 13:1,2)” . Assim sendo,  nada mais justo do que pagar-lhes seus tributos.  Estar submisso a um governo nos faz vivermos de forma ordenada, debaixo de leis, mas também nos dá a recompensa dos benefícios deste governo, veja: Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a potestade? Faze o bem, e terás louvor dela. Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz o mal. Portanto é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas também pela consciência. Por esta razão também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo sempre a isto mesmo. Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra.
  Agora, caso  Jesus tivesse reprovado o pagamento de tributo a César, estaria colocando os Romanos e Herodianos contra ele. Isto poderia colocá-lo em uma situação muito delicada perante as leis romanas. Já no contrário,  apenas apoiar o pagamento do tributo a César, faria com que os judeus ficassem contra Ele. Por isso Jesus abordou a questão divina. Para Ele (e para nós), Deus o Pai é o Soberano de todas as coisas: A qual a seu tempo mostrará o bem-aventurado, e único poderoso Senhor, Rei dos reis e Senhor dos senhores; (1Tm 6:15, ) e por isso  dono de todas as coisas Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam. (Sl 24:1), Minha é a prata, e meu é o ouro, disse o Senhor dos Exércitos. (Ag 2:8).  A afirmação de Cristo quando disse: “Daí a Deus o que é de Deus” era uma referência clara de que todo o homem neste mundo não passa de um mordomo. Tudo o que temos e somos pertence a Deus. Davi reconhecia isso: Porque quem sou eu, e quem é o meu povo, para que pudéssemos oferecer voluntariamente coisas semelhantes? Porque tudo vem de ti, e do que é teu to damos. (1Cr 29:14) Por isso, “dar a Deus o que é Deus”  é mais do que um conceito financeiro, é dar toda a nossa vida. Se Deus é Rei e somos participantes de seus graciosos benefícios, semelhante aos reinos desse mundo, devemos manter o seu reino (sacerdócio), hoje o chamado “ sacerdócio de Melquisedeque ”.  Esse sacerdócio abrange o mundo todo. Por isso, como os irmãos da época apostólica diziam que “ nada do que possuíam  pertencia a eles ” (At 4:32), assim também nós devemos ter o mesmo sentimento. Dar a Deus o que é de Deus nada mais é do que devolvermos ao Senhor o que lhe pertence, seja  a própria vida, sejam bens materiais,  seja  o nosso tempo, levando, dessa forma, a verdade de Deus a todos os povos.
    Com essa resposta, Jesus,  agradou de forma justa, tanto os romanos como os judeus.

Soli Deo Gloria

Pr. Alexandre Nascimento