quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Obama diz que crise europeia pode afetar EUA

Presidente americano afirmou que desempenho da economia americana se enfraqueceu desde início do ano, aumentando risco de recessão

  Em mais um esforço para tentar convencer o Congresso americano a aprovar seu plano de geração de empregos, o presidente Barack Obama disse nesta quinta-feira que a iniciativa pode proteger os Estados Unidos caso a crise europeia se agrave e contamine a economia americana.
  "Os problemas pelos quais a Europa está passando podem ter um efeito muito real na nossa economia, em um momento em que ela já está fragilizada", disse o presidente, em uma coletiva de imprensa na Casa Branca.
  Segundo o presidente, o desempenho da economia americana se enfraqueceu desde o início do ano, aumentando o risco de uma nova recessão. "Nossa economia realmente precisa de uma sacudida neste momento", afirmou.
A crise da dívida em várias economias da zona do euro tem abalado a confiança dos mercados e vem
aumentando os temores de uma nova recessão mundial.
Nos Estados Unidos, a recuperação da economia tem sido lenta, e o crescimento é considerado menor do que o necessário para que o país volte a gerar empregos.
Há cerca de dois anos a taxa de desemprego gira em torno de 9% (a atual é de 9,1%) e, de acordo com economistas e o próprio governo, ainda deve continuar nesse patamar por vários meses.
Plano
Em uma tentativa de combater o desemprego, que é uma das principais preocupações dos americanos e, portanto, dos eleitores que vão escolher o presidente no ano que vem, Obama apresentou há um mês um plano no valor de US$ 447 bilhões (cerca de R$ 808 bilhões).

Desde então, o presidente, que concorre à reeleição, vem viajando pelos Estados Unidos para promover a iniciativa.
A expectativa é a de que a proposta seja apreciada pelo Senado na próxima semana.
No entanto, o projeto enfrenta resistência em um Congresso dividido, onde o Partido Democrata, de Obama, controla o Senado, e os republicanos, de oposição, comandam a Câmara dos Representantes (equivalente a deputados federais).
"Isso não é um jogo", disse Obama, ao pedir que os congressistas aprovem seu plano.
Em um tom desafiador, o presidente disse que os congressistas que não aprovarem a medida terão de explicar as razões para votar contra um plano que, segundo ele, vai "melhorar a situação econômica" do país em um momento "tão urgente".
Impostos
Os republicanos, porém, já se manifestaram contra aumentos de impostos propostos pelos líderes democratas no Senado, que incluíram no plano de Obama uma sobretaxa a contribuintes que ganhem mais de US$ 1 milhão.
A questão dos impostos é um dos principais pontos de divergência entre democratas e republicanos.
Obama defende o fim de um corte de impostos para milionários implementado ainda no governo de seu antecessor, George W. Bush.
Ao apresentar outro plano no mês passado, com propostas para reduzir o deficit do país em mais de US$ 3 trilhões (cerca de R$ 5,5 trilhões) nos próximos dez anos, Obama avisou que iria vetar qualquer projeto que incluísse apenas cortes de gastos, sem aumentar a arrecadação.
Os congressistas republicanos, porém, rejeitam qualquer medida que signifique aumento de impostos.
A divisão política nos Estados Unidos já havia chegado a um ponto alto no fim de julho, quando as dificuldades em chegar a um acordo para elevar o teto da dívida pública quase levaram o país a um calote.
Um acordo foi fechado na última hora, mas o impasse e a demora levaram a agência de classificação de risco Standard & Poor's a rebaixar a nota dos Estados Unidos.
ECONOMIA

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